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domingo, 16 de setembro de 2012

A CONJUNTURA ASTRAL , O VENTO E A LUZ ABRANGENTE




D’onde e quando da desdenhosa recusa do mundo,

em suas promessas de ventura em tapetes voadores,

sem brilho próprio que se reverta ; saber sem vivência;

teorias baseadas em histórias má compreendidas,

má contadas, remetentes a deturpadas conclusões sob interpretações

pesadas através de fleumas , humores e idiossincrasias

- que até dá pra seguir uma cabeça seu mundo;

deixar-se teleguiar  o coração por outros corações;

sabendo a grosso modo o que se sabe, ainda que dubitavelmente,   

mas além há um clima de ritual secreto, misterioso,

que faz mesmo um cabra cabreiro , ressabiado, espantado,

tinha mais além algo de ser tudo passando ao largo de uma luz,

e que se insistia em fazer-se presentemente abrangente...

Ou algo se exige nisso uma inteligência altamente excelsa...

E quando se deixa assim por bem por mal a nau lançadeira,

como a fazer a todos do arremesso abarbatados, abestalhados,

que se veem o mundo na iminência de ser pirateado,

vão pra detrás do mundo , onde se libera um afoito vento,

que vai ser impetuosamente direcionado para aquele barquinho

que ousa se desprender ao mar...E não tem como não afundar...



O vento o nada que é se atira mercenário, folgazão, cafajeste;

como triste invento com seu som aporrinhante de atormentar,

se aparece gaiato de malicia ferina, sua música sem canção,

se lança infértil e barulhento,  invasivo investido de vento,

com a caradura e bandidagem no seu mistério do absurdo;

e  faz se balançar em bandeiras na rota de real loucura;

vazio do sentimento, aterroriza sonhos; azucrina em baratino;

vento quente invade pelos ouvidos e torra o juízo a grilar...

Ladino e até mesmo viperino, de causar revoada atropelada;

e embaralha destinos; vento sacana , vento cretino;

grosseiro, animal  jumento das tramas infernais...

Invade a clara noite como gralhando como ave agourenta...

Mas nem pode pensar a se achar mais do que é: vento fresco;

que nunca será furação ! Nunca será revolução!

Vento que se refletindo no espelho se transpareceu

uma menina safadinha e descaradinha, assim se insinuando

a outros tantos nas distrações e guerras dos jogos das mentes,

pelo que faz a tantos em real e lamentoso sofrimento pelo viver...


Mas não adianta muito ter raiva desse vento filho da mãe.

A conjuntura astral hoje se configura pra mim aquela consciência:

que o vento é natureza ; que natureza é divina;

que o vento é assim  porque o fez  assim Deus;

que injuriar o vento é como reclamar contra a vida -

e que é tão cheio de vida o vento na contingência do seu ser...

É como reclamar contra o sol, contra a chuva, contra o mormaço...

O vento tem suas positividades: espalha as sementes,

ajudando na semeadura da pródiga natureza;

faz alegria de crianças girando cataventos, levantando pipas...

e mesmo se não for nada de Deus, se nem Deus nem nada,

o vento tem direito de fazer o que quiser , sendo o que é;

e deve ser amado como o que é também: vento...

De qualquer forma não adianta ter muita raiva desse vento maldito;

esse vento que não dá sossego nem que lhe devolva um sopro, um som...


O vento pode jogar lá longe no fosso profundo;

fazer voar azoado se batendo pelos galhos de matagais;

fazer naufragar no mais abissal fundo do mar

mas é o vento , das entranhas do tempo.

Então o certo é ficar em paz com o vento,

aceitando-o no coração quão mais magoado...


Que também se pode caber na esfera daquela luz em abrangência;

que torna a tudo bem mais grandioso do que o vento e qualquer ;

e que se faz soberana total, e desde os mais remotos confins,

onde um vento em fúria pode alguém arremessar em paixão...


E sopra sempre o vento desde o horizonte do nada o que é

que não mais haverá ódio, nem mais aquele vingativo desejo,


pois há um tão longe que o vento pode jogar,  até mesmo à mercê daquela luz abrangente,

à qual jamais se poderia chegar em qualquer que fosse o tapete ou a nave.

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