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domingo, 30 de junho de 2013

ÂNIMO

















A vida rolava empolgante e promissora;
movimento vibratório em expansão;
um voo na rota da liberdade,
até a praia da felicidade.
Ia célere ao porvir esboçado,
pela história de amor de final feliz.

Mas o circo se desmanchou:
alguém fincou uma cruz ali...
O palhaço enlouqueceu;
e a perturbação azoadora da cidade
convergiu-se para seu mundo em achincalhes,
e lhe encheu atazanante o astral.

E então era agora  uma prisão sob tortura...
Dias pesados , transbordantes
de tédio ácido e sufocante;
dias cinzentos , carregados;
e ainda dramas e medo dum trágico sucedimento,
entremeados  de torpes curtições , camaradas , copos e tragos...
consumindo-se em poluições tóxicas ; minando a força;
se matando pelo seu sofrimento;
experimentando agonias de fundo de poço;
inconsciente do campo esquizóidico...   

E chorou berrou o macho em queda,
como um fracassado a lastimar sua derrota;
como um tolo lamentar sua estupidez...
E um vazio dilacerante e angustiante
a lhe rondar ...

Mas a natureza em seus prodígios,
fez-se num ânimo manifestado em si,
e pontiagudos raios estelares lhe atingiam
e lhe inflamavam o desejo em brilho
n’um recomeço constante...

A sua utopia resplandecente se fizera tão distante,
no fim de longa trilha de caminhar ,
e prolongada em mais e mais,
na  aventura de alcançar sua ventura...

E seriam idas e vindas  até  a rosa dos ventos,
da direção certa a se tomar,
do lugar exato a se chegar,
o seu encalço...

E a alma pra revelar... 

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