Põe o amor ( quando bater... )
I
Quando seu sonho bater,
de voar as alturas sem fim,
e se ver mal , no chão quente, enfim ,
pode até suas asas vir a fazer,
mas põe o amor aí !
Quando bater sua utopia,
e nela pôr todo o coração,
e tanto vier lhe desmoronando em desilusão,
pode até vir a vivê-la no dia-a-dia,
mas põe o amor aí !
II
Quando bater sua rebelião,
de o mundo querer mudar,
com os valores que acreditar,
pode até fazer uma revolução,
mas põe o amor aí !
Quando sua danação bater,
de manifestação infernal;
sua vida em queda abissal ,
pode toda serenidade ainda vir a ter,
mas põe o amor aí !
Quando bater sua loucura,
de perseguição desenfreada;
o descontrole; a perda do chão,
pode até encontrar a cura ,
mas põe o amor aí !
III
Quando seu veneno bater,
fatalmente consumido,
e de antídoto indefinido,
pode ainda bem melhor viver,
mas põe o amor aí !
Quando seu desastre bater,
no fundo do mar , afundado;
tendo sido abalroado,
pode ainda emergir seu ser,
mas põe o amor aí !
Quando a sua desventura bater,
a tristeza de verdade,
da grande infelicidade,
pode ainda bem mais feliz se fazer ,
mas põe o amor aí !
Quando bater sua perdição,
amargurado , no rancor,
no submundo da dor,
pode ainda encontrar satisfação,
mas põe o amor aí !
Quando bater sua frustração,
do tudo não conquistado,
e veres em si um fracassado,
pode ainda alcançar a realização,
mas põe o amor aí !
IV
Quando seu silêncio bater,
diante da cruel adversidade,
seu puro estado de calamidade,
pode ainda tudo vir a dizer,
mas põe o amor aí !
V
Quando a má vontade bater,
na indiferença total à vida,
sem motivação qualquer sentida
pode ainda alguma graça vir a fazer,
mas põe o amor aí !
Quando o desânimo bater,
mesmo para seu bem querer valioso;
seu ideal tão precioso,
pode ainda toda motivação vir a ter,
mas põe o amor aí !
Quando bater sua depressão;
da vida perdida,
da saudade doída,
pode ainda vir a ter todo ânimo na razão,
mas põe o amor aí !
VI
Quando bater o seu medo
de mostrar-se ao mundo seu ser,
revelando-se em segredos de esconder,
pode até fazer disso um brinquedo,
mas põe o amor aí !
VII
Quando bater sua compaixão
por outros tantos sofredores,
conhecedor de suas
dores,
pode vir ainda lhes ser consolação,
mas põe o amor aí !
VIII
Quando a velhice bater,
e o sonho ainda vivo, como segredo,
lhe fazendo encantado como ainda cedo,
pode ainda algo empreender
Mas põe o amor aí !
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