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sábado, 12 de abril de 2014

Põe o amor ( quando bater... )



















Põe o amor ( quando bater... )



               I



Quando seu sonho bater,

de voar as alturas sem fim,

e se ver mal , no chão quente, enfim ,

pode até suas asas vir a fazer,

mas põe o amor aí !



Quando bater sua utopia,

e nela pôr todo o coração,

e tanto vier lhe desmoronando em desilusão,

pode até vir a vivê-la no dia-a-dia,

mas põe o amor aí !



                II



Quando bater sua rebelião,

de o mundo querer mudar,

com os valores que acreditar,

pode até fazer uma revolução,

mas põe o amor aí !



Quando sua danação bater,

de manifestação infernal;

sua vida em queda abissal ,

pode toda serenidade ainda vir a ter,

mas põe o amor aí ! 



Quando bater sua loucura,

de perseguição desenfreada;

o descontrole; a perda do chão,

pode até encontrar a cura ,

mas põe o amor aí !



               III



Quando seu veneno bater,

fatalmente consumido,

e de antídoto indefinido,

pode ainda bem melhor viver,

mas põe o amor aí !



Quando seu desastre bater,

no fundo do mar , afundado;

tendo sido abalroado,

pode ainda emergir seu ser,

mas põe o amor aí !



Quando a sua desventura bater,

a tristeza de verdade,

da grande infelicidade,

pode ainda bem mais feliz se fazer ,

mas põe o amor aí !



Quando bater sua perdição,

amargurado , no rancor,

no submundo da dor,

pode ainda encontrar satisfação,

mas põe o amor aí !



Quando bater sua frustração,

do tudo não conquistado,

e veres em si um fracassado,

pode ainda alcançar a realização,

mas põe o amor aí !



                IV



Quando seu silêncio bater,

diante da cruel adversidade,

seu puro estado de calamidade,

pode ainda tudo vir a dizer,

mas põe o amor aí !



                V



Quando a má vontade bater,

na indiferença total à vida,

sem motivação qualquer sentida

pode ainda alguma graça vir a fazer,

mas põe o amor aí !



Quando o desânimo bater,

mesmo para seu bem querer valioso;

seu ideal tão precioso,

pode ainda toda motivação vir a ter,  

mas põe o amor aí !



Quando bater sua depressão;

da vida perdida,

da saudade doída,

pode ainda vir a ter todo ânimo na razão,

mas põe o amor aí !



                 VI



Quando bater o seu medo

de mostrar-se ao mundo seu ser,

revelando-se em segredos de esconder,

pode até fazer disso um brinquedo,

mas põe o amor aí !



                 VII


Quando bater sua compaixão

por outros tantos sofredores,

conhecedor  de suas dores,

pode vir ainda lhes ser consolação,

mas põe o amor aí !



                  VIII 


Quando a velhice bater,

e o sonho ainda vivo, como segredo,

lhe fazendo encantado como ainda cedo,

pode ainda algo empreender

Mas põe o amor aí !






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