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segunda-feira, 23 de maio de 2016

GERALDO DIVINO ESTRELADO












Divino Estrelado declina da fácil passagem
desdobrada pelos sabe-tudo da sua aspiração ;
denega-se de lograr esse seu êxito encoberto,
em irrompimento a despontar.
Contorna-se de tão almejado sucedâneo,
que tão fácil seria assim se fazer,
seguindo pela senda como cuidadosamente projetado,
para que assim fosse se assim o desejasse,  
assumindo seu trono de reinado d’um mundo real de encanto
instalado para que reinasse, desde que o rei se assumisse,
que talvez carecesse de convicto se adivinhar,
se achar , se crer merecer ser o garantido.

Divino Estrelado declina de solo seguir
Pelo ornado caminho de incitantes alas todas abertas
lhe arranjado pela gente que se faz amiga, advinha
do seu desejo, sua aspiração,  seu caminho por onde almeja seguir
Era o gol sem goleiro lhe deixado aberto para entrar de bola e tudo
num cambalacho na marmelada,  na mamata...

Divino Estrelado frustra as expectativas
De quem lhe pensa assumir o lugar também para si criado
Divino Estrelado talvez não tenha tido aquela toda genialidade
para naturalmente impoluto e perfumado seguir em arrojo
Como pode alguém assim ser a se irromper no astral
e se deixará cair em queda livre
desde o chão que se abre

prefere seguir n’outra, seu caminho na comum vivência
do seu destino com tudo o que lhe reserve
Para ter suas próprias experiências
Os aprendizados inerentes da sua formação
Uma vez acendida a luz de desde a cruz
Assim totalmente se levará a encarar as todas e quaisquer dificuldades
se envolvendo todo com o mundo mundão

Para conhecer em campo a problemática
Para tentar as solucionáticas
para meter a mão em cumbucas
pra saber qual é de mesmo
para chorar angustiado de amor
para ser picado pelo inseto de dolorido ferrão venenoso
Que ademais vai mais inteiro lhe inflamar em cravada  e irremovível obstinação
Para encarar toda aquela onda contrária
Para se ter uma formiguinha tentando resistir contra o sopro do tufão
Para rodar a roda da fortuna qualquer seja sua sorte

Que também a toda boa esmola faz o santo desconfiado
Estrelado não será aquele limpinho cheiroso e néscio
Sem o conhecimento prático do campo
Dependente do saber alheio
obtido dos que Independentes e arrojados se jogaram
Decididos a tentar por si

Estrelado não se contentará com o conhecimento apenas teórico como aprendizado
Pelo que conte um passarinho
pelos cantos dos que sabem por sentir, por viver
pelos aprendizados concernentes à experiência
com seus perigos,  tensões, suspenses, e medo
que se sente sem entender que é do ­­­­pressentimento
da dor que nem conhece ainda ou nem vai conhecer
porém se dela escapar sobrará só prazer
sorriso êxtase no alto da emoção

Estrelado prefere ir a campo sofrer na pele a experiência
Se largar ao vento inclemente danado
Consumindo a zoeira da rua das gentes azucrinantes
do trânsito que motoram em torno do seu quarto de dormir
motores entre vozerios abalando o sistema nervoso central
arrombando-lhe os tímpanos
além das vozes imaginárias
ou de mortos, ou de telepatas  
aquela loucura de nem saber o que pensar
Estrelado quer saber o que é
Dormir com um barulho desse
Quer sentir a agonia sem par desmedita
ser como o boi da farra
ou mesmo a vaca que vai pro brejo
pra de lá só sair por Deus
ou por ETs que cordas lhe joguem
a puxar-lhe pela mente acima
pra sair-se em ascendência contínua

Estrelado passará a ver do prisma
da poluição outras paisagens
Perderá a compostura
Sentirá seus amores no coração entregue
Estrelado quer saber o segredo do batom, do chocolate

Estrelado quer caminho de encarar comprimidos e confinamentos
Quer parar entre os doutores dos leões que sossegam
Quer perder o tino se iniciar em viver e ver mistérios
da estrela que cai ; de Luanda ; das duas luas
dos espectros que se evidenciam
quer sentir odores fúnebres
quer encarar o olhar chispante de ódio
que lança o vizinho pela janela acima

o ódio que nutre toda contrariedade de estrupício
quer sofrer a tortura de estar em um forno infernal
encarar o Sol queimando com tudo
quer ver o espírito  dar o toque seguindo pro seu tumbão  
adentrando a caverna como figura mitológica
Quer conhecer a beira do abismo
Que desvenda um velho pesadelo
Quer viver o ápice do enredo
Saber da situação que só mesmo Jesus na causa


Quer tornar-se o andarilho urbano
ensaiando a grande viagem
Das estradas a sair pelo mundo
Quer tentar cumprir o desafio de
Pela graça  alcançada
Usar a força
Peregrinar até o Cristo Redentor
Depois ir à capital
Quer saber como atrair
A luz a sorrir
Quer viver
a pobreza
do seu voto
ainda que depois
nada mais queira


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