Longe já se vão meus tão bons tempos de São João
desde a minha infância à adolescência tão marcantes
Festa ansiada que a tantos fazia em grande satisfação
Pelo que tão divertida a motivar alegrias empolgantes
Entusiasmo que alguns dias antes já se fazia prenunciar
Na trezena de Santo Antônio, de belas cantigas entoadas
Nos ensaios do casamento na roça e da quadrilha escolar
No concurso da Rainha do Milho; faixa muito disputada
Nas noites de São João as ruas ganhavam animação singular
Bandeirinhas coloridas e
balõezinhos no alto as enfeitavam
Fogueiras frente às casas acesas com espigas de milho assar
No céu entre as estrelas fascinantes balões supinos cruzavam
E eram chapéus de palha e nas calças remendos de mentirinha
Cavanhaques, barbichas e bigodes eram nos meninos pintados
E nas meninas se pintava as bochechas de rosa com pintinhas
E eram duas tranças com laços e o vestido era de chita rendado
bombas e traques e estouravam
rumorosos a todo momento
Chuvinhas , vulcões e cobrinhas; cintilantes fogos brilhavam
Foguetes com seus rojões esfuziantes subiam ao firmamento
detonavam no alto céu, e faíscas brilhantes então derramavam
de deliciosas iguarias o banquete sobre fartas mesas era
servido
canjica, arroz doce, bolo de aipim e de carimã ; típicos
sabores
fartas eram as laranjas, bem como o milho e o amendoim
cozido
refrigerantes para as crianças e os deliciosos e variados licores
Forrós divertidos e apimentados eram tocados com animação
Carregados só na zabumba,
no triângulo e na virtuosa sanfona
Cantando com graça causos coisas mais do interior e do
sertão
E assim caiam no arrasta-pé os cavalheiros agarrados às
donas
Sem falar no casamento na roça, a nos fazer rir, de tão chistoso
Compadres e comadres a pularem fogueiras em consideração
E terminada a boa folia não ficava ainda o povo tão saudoso
Porque em São Pedro teria ainda mais um tanto do São João
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