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sexta-feira, 10 de junho de 2016

QUERÊNCIO E SABINA
















Quem visse Querêncio com Sabina,
logo adivinhava, logo determinava
que ele estava apaixonado.
Era ela seu único querer,
e só se voltava em sua direção.
O mundo podia virar de cabeça pra baixo,
que ele só tinha cuidados pra ela;
só queria ficar tão junto dela;
quem sabe até entrar nela.
Estava escrito em seu olhar...

Querêncio estava no paraíso.
E a namorava à beira mar;
e junto dela tomava banhos de mar;
e junto dela tomava banhos de sol;
e junto dela tomava banho...
e a acariciava tanto mais;
e as cores da natureza lhe vibravam mais;
e as estrelas lhe reluziam mais...

E no trabalho só pensava
em logo largar para encontrá-la.
E na faculdade onde cursavam,
aquele amor de Querêncio
foi um escândalo; uma loucura total.
Jamais se vira um cara gamado assim.
Tanto abraçar, tanto beijar, tanto acariciar...
Chamava a atenção;
e olhares se arregalavam...
Mas ele não estava nem aí pra ninguém,
hipnotizado pelo amor...
Para Querêncio só eles dois existiam.
Magia do amor...

E ia com ela ao banco;
e desfilava com ela nos shoppings;
e ia com ela ao clube;
e nadava com ela na piscina
e a agarrava na piscina,
quando não era na praia...
Aliás, ele a estava sempre agarrando.

Querêncio a teve no cinema;
e mesmo televisão, junto dela assistia também...
E junto dela as canções do rádio
à noite ouvia, baixinho,
quando dormia com ela, bem juntinho...
Querêncio experimentava a felicidade...
E lia também os mesmos livros que ela lia;
e comentava com ela; e concordava com ela;
e discordava dela; mas não discutia com ela;
que a amava e não tinha lugar
para discussões; e logo esquecia;
e a beijava;  e a abraçava;
e a agarrava; e a namorava.

E ia com ela a barzinhos bem transados;
e brindava com ela finos drinques
e ia com ela a inúmeras as festas;
danceterias de sons vibrantes;
dançava com ela discotéque e tudo
em  boates  de escurinhos...

Abraçava-lhe, pegava-lhe a mão,
Andava com ela pelas ruas;
Viajava com ela pro interior;
para casa de praia,
onde a amava mais e mais...
Um dia, quem sabe ,
pegaria com ela um avião
e passearia com ela na Europa...

E foi com ela a tantos lugares;
e fez mercado com ela;
até feira...
E se filiou ao mesmo Partido dela...
E a alma e o coração de Querêncio
a Sabina estava entregue...
E assim era o amor que Querêncio sentia...
E Sabina jurava lhe amar também.
A certeza do amor correspondido
lhe sossegava o coração...

E levou-a em casa de seus pais;
e seu pai ficou mesmo feliz
de ver seu filho arrebatado,
deslumbrado, enrabichado
por tão bela senhorita;
sua mãe fiou meio sem saber,
com um pé atrás, desconfiada;
e tinham amigos em comum
que os achavam lindos
e torciam por aquela união.
E Querêncio se fortalecia de convicção.
Tudo se prometia em final feliz...

Mas teve um momento
em que Querêncio quis de Sabina
segurar mão e ela se esquivou.
E ele então ficou triste;
e tudo se apressou sem graça.
Já não tinha mais porquê;
já não tinha mais futuro
onde aquele amor se fosse se plantar...
E ela se foi; e ela sumiu,
até mais ver por aí...

E ele foi para um mundo distante,
e de tão dificílimo acesso...
Querêncio foi viver das suas;
coisas tão diferentes do que sonhara...
Mas sempre marcado por tal emoção;
por este sentimento na alma;
por este amor no seu coração...

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